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sábado, 20 de fevereiro de 2010

TAM é punida em R$ 1,948 mi por infração no call center

ÉPOCA NEGÓCIOS

Brasília – A companhia aérea TAM foi multada em R$ 1,948 milhão por descumprimento das regras de atendimento do call center, fixadas pelo decreto 6.523 de 2008. A empresa teria cometido duas infrações, segundo o Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), do Ministério da Justiça. Segundo o DPCD, a primeira irregularidade estaria na não existência das opções "reclamação" e "cancelamento" dentre as apresentadas ao consumidor no atendimento telefônico. O outro problema foi o tempo médio de espera, que superava três minutos. O decreto estabelece um prazo máximo de um minuto. "É uma autuação simples, mas bastante importante", afirmou o diretor do DPDC, Ricardo Morishita.

O processo foi instaurado contra a TAM em novembro de 2009, mas o fim da investigação ocorreu apenas nesta semana, com a punição da empresa. Morishita explicou que o valor da multa foi calculado com base na condição econômica da companhia aérea, a vantagem auferida com o descumprimento do decreto e a gravidade das irregularidades.

Morishita lembra que muitos Procons, como o de São Paulo, oferecem um espaço no próprio site para que o consumidor possa fazer sua denúncia. Ele orienta o consumidor a solicitar sempre, após o atendimento no call center, uma cópia da gravação da conversa. O diretor informa que as empresas são obrigadas a fornecerem uma cópia em CD ou por e-mail. "Poucos consumidores utilizam a cópia da gravação. Se a empresa se recusar a fornecer, já gera a presunção da veracidade da alegação da reclamação do consumidor", explica.

Ele diz que a solicitação da cópia da gravação é um instrumento criado para garantir o bom atendimento. "Se cada consumidor pedir a cópia da gravação, é a garantia de que o atendimento será melhor", defendeu. Ele lembra que a gravação também pode ser usada como prova na Justiça para um pedido de reparação de danos.

Procurada por Época NEGÓCIOS, a TAM informou que não foi notificada da decisão e só deve se manifestar formalmente nos autos do processo.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

O presidente pede demissão

Anderson Cavalcante - www.administradores.com.br

Você está contente com sua carreira? A Korn/Ferry, consultoria multinacional de recursos humanos, realizou uma pesquisa com 365 empresas da América Latina, sendo 157 no Brasil, em 2009, e descobriu que 69% dos executivos-chefes gostariam de mudar o ramo de negócios em que trabalham. Em outras palavras, isso significa que mais de dois terços dos empresários entrevistados não estão satisfeitos nos atuais empregos. Agora, a que se deve essa insatisfação? O que leva uma pessoa a desistir da trajetória após dedicar tanto tempo de sua vida em um objetivo profissional?



É provável que a melhor resposta para essas perguntas esteja nos dados apurados em outro estudo – o mesmo que nos leva a concluir que, quanto maior o cargo, maiores as dificuldades para conduzir a administração da sua vida. Essa pesquisa, realizada por economistas e psicólogos da universidade britânica Warwick, também em 2009, mostra que a promoção no trabalho aumenta o estresse em 10%, ou seja, aquele executivo que não está satisfeito com o seu cargo, por pressão da globalização ou por falta de suporte qualificado, tende a aumentar o nível de estresse mental ao ser promovido.

Que a vida é feita de escolhas, todos sabemos, mas que muitas delas podem nos distanciar de nossos objetivos pode não ser uma informação tão conhecida assim. Dedicar tempo demais para a empresa, o trabalho e a carreira pode otimizar suas metas financeira e profissional. Entretanto, como ficam os sonhos e os anseios particulares? O quanto você caminha a cada dia na direção da sua autorealização? Você aproveita o tempo quando está com sua família, ou se torna um invisível, por ficar pensando na reunião do dia seguinte ou na quantidade de e-mails que terá que responder?

A frustração e angústia que esses presidentes sentem podem estar diretamente relacionadas ao fato de não estarem caminhando rumo a sua autorealização. Esses executivos perceberam que, com anos de esforço e dedicação, conseguiram chegar no posto mais alto da companhia, mas lá em cima, muito provavelmente, deram-se conta que tudo isso é só isso! Pelo menos os presidentes, administradores ou CEOs que participaram dos estudos acima. Trabalhar sem ter tempo para os amigos, para os filhos, a família, para o amor, para comemorar as conquistas ou para si mesmo, pode não ser o propósito de todos.

Conheço muitos profissionais que tiveram oportunidade de assumir cargos excelentes, mas que os recusaram. Embora fossem ter novos desafios e ganhar muito dinheiro, eles sabiam que tal recompensa teria um custo muito alto a ser pago: diminuir o vínculo com as pessoas amadas, pois isso faria com que tivessem menos tempo para dedicar aos entes queridos ou a si mesmos. Essas pessoas descobriram que as pequenas coisas da vida são as melhores e, no geral, não têm preço, literalmente. Elas perceberam que não estão aqui por acaso e constataram que algo maior pode ser feito quando vivem sua própria essência. Ao fazermos essa análise, podemos compreender porque não é à toa que muitos CEOs gostariam de trocar de profissão.

Concluísse, então, que os problemas vão além dos dados publicados nas pesquisas. Por muitas vezes, não escutamos o nosso ser e nos deixamos levar pelas metas e objetivos dos outros, de outras empresas, de qualquer um, menos de nós mesmos. Ser presidente, diretor ou gerente, ter casa, carro, dinheiro – aliás, ter tudo isso junto, pois para muitos, só assim é possível ter “qualidade de vida” - não precisa estar diretamente relacionado a não ter mais um momento para dedicar a você, a sua saúde e a sua existência.

O ideal é saber ouvir o administrador da sua vida, ou seja, você mesmo. Descobrir aquilo que realmente te dá prazer e transformar tudo isso em realização, ao mesmo tempo em que trilha o outro caminho rumo à liderança, ao empreendedorismo e objetivos profissionais afins. Caso contrário, quando você chegar lá, pode querer pedir demissão.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Biolab e Merz formam joint venture para concorrer com Botox

Valor Econômico

Marques, presidente da Biolab, estima que o mercado de toxina botulínica movimente R$ 250 milhões este ano

O laboratório nacional Biolab e a farmacêutica alemã Merz formaram uma joint venture para atuar na área estética no Brasil. O principal carro-chefe da nova empresa será o Xeonin, toxina botulínica para concorrer no país com o Botox, produzido pela americana Allergan e o Dysport, da francesa Ipsen.

A concorrência neste segmento faz todo o sentido. O Brasil é o segundo maior consumidor mundial de toxina botulínica, atrás dos Estados Unidos, em um mercado que deve movimentar no país cerca de R$ 250 milhões este ano.

Da associação das duas empresas foi criada a Merz Biolab Farmacêutica, que receberá um aporte de ¿ 20 milhões este ano para montar sua estrutura no país. A companhia alemã será a controladora, com 61% do negócio, e a nacional ficará com os 39% restantes. "O Xeonin faz parte da nova geração de toxinas botulínicas e representa uma evolução no processo de purificação do produto, uma vez que não precisa ser refrigerado", disse ao Valor o presidente da Biolab, Cleiton de Castro Marques.

Segundo o empresário, a empresa já possui autorização da Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária) para uso terapêutico do Xeonin. "Estamos aguardando a autorização para o uso estético", disse. A expectativa é de que a autorização ocorra entre o fim deste ano e início de 2011. A matéria-prima será importada da matriz da Merz.

A toxina botulínica é utilizada em larga escala por especialidades médicas como oftalmologia e neurologia para o tratamentos de doenças como estrabismo, espasticidade, torcicolos e blefarospasmos. Há mais de 10 anos o produto passou a ser aplicado por dermatologistas e cirurgiões plásticos em procedimentos estéticos para atenuar rugas da face, um mercado em franca expansão no Brasil.

A empresa vai disputar o mercado premium. "Entramos para ampliar esse mercado e disputar com um produto de qualidade", afirmou Marques. No ano passado, a francesa Ipsen passou a ter uma atuação direta no país também para disputar esse mercado.

A parceria entre a Merz e a Biolab é antiga. O laboratório nacional licencia há pelo menos 10 anos quatro produtos da companhia alemã.

Com três fábricas no país, instaladas na Grande São Paulo, e faturamento de R$ 540 milhões em 2009, a Biolab tem focado suas pesquisas com base na nanotecnologia. Em outubro do ano passado, a empresa colocou seu primeiro produto com este conceito no mercado - um protetor solar fator 100 para fins dermatológicos. "Foram cinco anos de pesquisa em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS), com investimentos de R$ 5 milhões", disse Marques. Outros três produtos também com base na nanotecnologia serão lançados nos próximos meses. A empresa projeta crescimento de 13% para este, com receita estimada em R$ 610 milhões.

A alemã Merz, com faturamento de ¿ 800 milhões, tem forte atuação na área de sistema nervoso central e em combate do mal de Alzheimer. Segundo Marques, a companhia não foi a única estrangeira a propor um negócio com a brasileira. "Fomos procurados por várias e esse tipo de assédio a companhias brasileiras tende a crescer, em razão da estagnação do mercado europeu."

Marques afirma que nunca houve, de parte da Merz, uma proposta de compra de participação ou controle da brasileira. "Nos conhecemos há tempo suficiente para que eles entendam que não temos objetivo de sair do negócio", diz. A intenção da Biolab é manter seu crescimento financiado por recursos próprios. A abertura de capital não está descartada, mas não acontecerá no curto prazo.

A operação foi fechada diretamente entre as duas companhias, com assessoria do Siqueira Castro Advogados.