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terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Mais um tabu cai por terra no câncer de mama.

Luis Fernando Correia - CBN

Caiu por terra o tabu de que as mulheres operadas para câncer de mama não devem fazer musculação ou carregar peso.Durante muito tempo essas pacientes tinham medo do inchaço que as atividades causariam no braço do lado operado.Esse inchaço que é o linfedema, é um efeito colateral bastante comum desse tipo de tratamento.A causa é a dificuldade de circulação da linfa, liquido que corre entre os linfonodos. A cirurgia de tratamento do tumor de mama algumas vezes envolve a retirada desses linfonodos para detecção e prevenção de metástases.Além do inchaço, o linfedema traz desconforto e dor, daí as mulheres que passaram pelo tratamento evitam utilizar esse braço nas atividades do dia-a-dia.Especialistas da Universidade da Pennsilvania comprovaram que não há necessidade de preocupação e que as pacientes podem e devem ter uma vida completamente normal, inclusive fazendo musculação.A pesquisa comparou 2 grupos de mulheres submetidas a cirurgia para câncer de mama com retirada de linfonodos.
Um fez musculação por um ano com aumento progressivo da carga de peso no braço operado e outro não fez atividades desse tipo.
Após o período de treinamento as pacientes foram comparadas. O aparecimento do inchaço foi pouco freqüente e semelhante nos 2 grupos e o que treinou ainda ganhou os benefícios de se fazer exercícios regularmente.
Esse trabalho se soma a outro publicado em 2009 na revista New England Journal of Medicine com resultados semelhantes.
Portanto as mulheres que passaram por cirurgia para câncer de mama com retirada de linfonodos não precisam poupar o braço do lado operado e fazer musculação e carregar pesos normalmente no dia-a-dia, tudo isso com bom senso e orientação profissional.
O trabalho está publicado na edição dessa semana da revista Journal of American Medical Association e o artigo original está no blog do saúde em foco na página da CBN.
Evidências científicas haviam sido publicadas em 2009 com um trabalho publicado na revista New England Journal of Medicine.
Por tudo isso a musculação sempre foi evitada pelas pacientes no pós-tratamento.
A atividade física traz benefícios físicos e psíquicos comprovados na recuperação dessas pacientes.
A pesquisa publicada mostra que a musculação também pode fazer parte de rotina de atividades na academia.
Foram mais de 140 mulheres que haviam sido submetidas ao tratamento para câncer de mama.
Metade delas recebeu um ano de academia e entraram em um programa de treinamento com musculação orientada por professores orientados para o problema.
O programa envolvia duas sessões de treinamento por semana com musculação para todo o corpo, exercícios cardiovasculares e alongamento.
O único cuidado especial com as participantes era a utilização de uma malha compressiva feita sob medida para evitar o inchaço.
A circunferência do braços era medida a cada sessão de treinos. Após um ano de exercícios as participantes do grupo da academia tinham 5% menos problemas com inchaço e linfedema.
Os pesquisadores apontam para a necessidade de que os professores de educação física estejam preparados para atender as mulheres que precisaram se submeter ao tratamento para câncer.

JAMA-2010-Schmitz-jama.2010.1837