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sexta-feira, 28 de setembro de 2012

E se a melhor escolha for a que você não fez?

Por Fabio Zugman - www.administradores.com.br Gostamos de achar que os grandes temas de nossas vidas passam por grandes decisões. Na vida real, no entanto, as coisas não correm dessa forma. Saber lidar com isso é o que vai fazer toda a diferença O poeta Robert Frost escreveu um famoso poema sobre os caminhos que deixamos para trás. Nele, o autor se encontra diante de duas estradas parecidas, e ao longo do texto percebe que não poderia retornar para escolher de volta. A estrada em que resolveu seguir o caminho fez toda a diferença. Como o poema faz menção à estrada que não pegamos, muitas vezes é interpretado sobre o modo como devemos viver a vida de modo criativo, em caminhos poucos explorados. Uma segunda interpretação, menos óbvia, é sobre o que acontece quando escolhemos um caminho. Escolher um caminho na vida real pode significar que nunca mais estaremos naquele lugar para fazermos as mesmas escolhas. Seja na carreira, decisões com dinheiro, relacionamentos ou em nossa vida pessoal, ao escolher um caminho, estamos virando as costas para todos os outros. Gostamos de achar que os grandes temas de nossas vidas passam por grandes decisões. Uma nova carreira se abre após uma grande oportunidade. Uma grande empresa é criada depois de um grande planejamento. Um novo relacionamento depende de anjos tocando trombetas no céu. Na vida real, no entanto, as coisas não correm dessa forma. Sociedades começam com encontrões. Relacionamentos começam e terminam com a decisão de passar a mão no telefone e discar um certo número (chame-me de velho, mas uma mensagem no Facebook definitivamente não tem o mesmo efeito), e muitas vezes só reconhecemos os períodos mais cruciais de nossas vidas e carreiras quando eles ficam para trás. E isso nos leva à questão do leitor Fábio, que trabalha há mais de seis anos em uma multinacional, mas nos diz que não se sente realizado. O Fábio nos conta que sente que faz seu trabalho "para os outros", apesar do dinheiro e aprendizado que sua carreira atual lhe oferece. Vem a questão então, que fica em sua cabeça: será que o Fábio não deveria abrir um negócio próprio, fazer as coisas do jeito dele, trabalhar para si mesmo? Ele nos diz que apesar do "sonho" de ser dono do próprio nariz, cada vez mais compromete sua renda com outros objetivos, como casa, carro e assim por diante. Estaria ele se acomodando? Caro Fábio, ao mesmo tempo em que você questiona qual o melhor caminho para a realização profissional, conta-nos a situação de alguém que parece estar em uma ótima direção. Ao que parece, há pouco mais de 6 anos você resolveu seguir uma estrada - a da carreira em uma multinacional - e se deu bem com isso. Também não há nada de errado com os outros "sonhos" que você coloca: casa, carro, estabilidade financeira. "Muitos empreendedores descobrem que clientes e a própria cobrança interna são os piores chefes que se pode ter" Você questiona qual o melhor caminho. A verdade é que não há melhor caminho, apenas o caminho que escolhemos seguir. Quando escolhemos um caminho, estamos, ao menos momentaneamente, fechando as portas para outras opções. Se você trabalha em uma empresa, não se sente plenamente realizado ali, mas mesmo assim está alcançando alguns sonhos, bem vindo ao mundo real. Não é por ser dono de uma empresa que você poderá fazer tudo da forma como quer, ou não terá chefe. Muitos empreendedores descobrem que clientes e a própria cobrança interna são os piores chefes que se pode ter. O que me parece, é que apesar de seguir seu caminho em uma estrada, você continua olhando para trás. Olhando para a estrada que não foi seguida, imaginando como as coisas seriam mais floridas e felizes por lá. Lembre-se que o problema com esse tipo de comparação é que a realidade e a imagem mental sempre são diferentes. Nossa mente sonha com flores e alegria, na prática enfrentamos barro e subidas inclinadas. De tempos em tempos todo profissional deve reavaliar seu caminho, olhar as opções que possui e escolher como seguir dali em frente. Ao optar por um caminho, no entanto, é um erro se prender às estradas que não foram seguidas. Você estará lutando uma briga perdida se sempre comparar sua realidade a um caminho que "deveria" ou "poderia" ter seguido. Então, meu caro, ironicamente, o segredo para encontrar o melhor caminho é esquecer a busca do "melhor" caminho. Observe quais caminhos se abrem hoje à sua frente, faça sua escolha e deixe os outros caminhos ficarem para trás. Isso fará toda a diferença.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Líderes despreparados: por que muitos deles têm tido sucesso?

Por Sílvio Celestino, www.administradores.com Quando um profissional deseja ser o principal líder da organização simplesmente para ganhar dinheiro, ter status e poder, empresa e equipe devem ficar em alerta Em geral, o sucesso leva ao orgulho. E o orgulho, ao fracasso. É comum um profissional almejar o posto mais alto da companhia. Esse desejo é saudável, desde que seja acompanhado de um propósito empresarial – e pessoal – maior. Ou seja, é válido querer ser o presidente da empresa por ter um pensamento novo, de como ela poderia atender melhor os clientes, crescer e oferecer melhores condições aos seus funcionários. Entretanto, quando o indivíduo deseja ser o principal líder da organização simplesmente para ganhar dinheiro, ter status e poder, causa grandes danos à organização e às pessoas. A soberba de estar em uma posição de poder, acrescida da ausência de propósitos elevados, promove as condições para que o indivíduo, principalmente aquele de má índole, se deixe levar por ambições negativas. O que faz um bom líder é o seu propósito. Esse desígnio pode ser de construção, no qual identificamos elementos de coexistência e de desenvolvimento. Ou pode ser destrutivo – e nesse caso observamos evidências de desconstrução, desrespeito a normas e pessoas. Não é fácil fazer frente a um líder de destruição, quer seja individualmente ou em grupo. Afinal, o ato de destruir é muito mais fácil que o de construir. Um edifício demora anos para ser erguido. Exige planejamento, técnica, método e pessoas trabalhando em conjunto até a sua conclusão. Para destruí-lo, um explosivo pode fazê-lo em questão de segundos. Por isso é que um líder de destruição não precisa ser tão inteligente quanto aquele que constrói. E, em geral, não é. O mesmo ocorre com as empresas. Décadas de construção podem ser arrasadas com a simples ascensão de um líder destrutivo a uma posição relevante. Geralmente, adotam estratégias equivocadas, removem pessoas-chave de postos fundamentais, promovem indivíduos despreparados – mas que são bons puxa-sacos – e desdenham regras, auditoria e planejamento. Com frequência, se beneficiam de acordos obscuros e questionáveis com fornecedores. Normalmente, o líder destruidor chega a essas posições por sua capacidade de gerar resultados financeiros. Isso chama a atenção de acionistas e, com a habilidade de esconder seus métodos, acaba por ser visto de forma favorável. Somente no longo prazo aparece o verdadeiro resultado de suas ações, e do grupo que o acompanha: a destruição. Ela pode vir em forma de um dano à marca, à reputação da empresa, alta rotatividade e, nos casos mais agudos, acidentes e falência da companhia. Por essa razão é que existe a necessidade, cada vez maior, de formar bons líderes e fazê-los se interessar em ocupar posições relevantes nas empresas, no governo e no mundo. Não adianta que pessoas de boa índole se graduem em excelentes universidades, aprimorem suas competências em cursos, workshops e coachings executivos, se não tiverem energia e desejo de ocupar cargos de grande responsabilidade. É preciso fazer isso imbuídos de propósitos elevados. Infelizmente, nossa cultura, até nas organizações, valoriza demais quem fala bem e não necessariamente quem pensa bem. Muitas vezes observamos que a liderança é selecionada pela forma como expressa ideias, e não pelo conteúdo de sua fala e capacidade de reflexão. O mundo e as empresas estariam em melhores condições se refletissem profundamente sobre o significado das palavras pronunciadas por líderes. E se avaliassem, com severas restrições, seus resultados no curto prazo, carisma e capacidade de emocionar a plateia. Vamos em frente! Sílvio Celestino - é sócio-fundador da Alliance Coaching e autor do livro "Conversa de Elevador – Uma Fórmula de Sucesso para sua Carreira".