Assist Travel

segunda-feira, 26 de março de 2012

Por Dikajob A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou a indicação do medicamento oral cloridrato de erlotinibe (Tarceva®) para os casos avançados do câncer de pulmão do tipo não pequenas células, como primeira linha de tratamento para pacientes com mutações ativadoras da proteína EGFR (Receptor do Fator de Crescimento Epidérmico). A aprovação segue a decisão de setembro deste ano da Agência Europeia de Medicina (EMA) que se baseou nos resultados de um estudo conduzido em alguns países da Europa. A Roche desenvolve o conceito de “medicina personalizada” em que os medicamentos são produzidos para agir em pacientes com perfil genético específico. Nos casos de câncer de pulmão, o cloridrato de erlotinibe bloqueia a ação da proteína EGFR mutada associada à divisão celular e à progressão tumoral2. Estima-se que 8 a 17% dos pacientes com câncer de pulmão não-pequenas células carreguem esta proteína mutada3.Em 2010, o estudo europeu EURTAC3 – o primeiro a investigar a ação do cloridrato de erlotinibe em uma população ocidental com mutações ativadoras da proteína EGFR – constatou que o medicamento, quando comparado com o tratamento quimioterápico, quase dobrou o tempo médio de sobrevida sem a progressão de doença, passando de 5,2 meses para 9,4 meses. Em relação à sobrevida média global, elevou de 18,8 meses para 22,9 meses e, de 10,5% para 54,5%, a taxa de resposta tumoral. Participaram de estudo 153 pacientes.“Para os pacientes, a maior vantagem do cloridrato de erlotinibe não está apenas na sobrevida e na capacidade de estacionar a doença por um período, mas de eles deixarem de receber a quimioterapia tradicional que provoca muitos efeitos adversos”, aponta o médico Artur Katz, coordenador do Centro de Oncologia do Hospital Sírio Libanês.A oncologista do Inca (Instituto Nacional do Câncer), Clarissa Baldotto, também considera a aprovação da indicação de primeira linha do cloridrato de erlotinibe um avanço para os pacientes, principalmente para aqueles com o marcador genético EGFR mutado. “Trata-se de um medicamento menos tóxico e de boa aceitação para estes pacientes que tinham poucas opções terapêuticas”, comenta a médica.   Sobre o EGFR em câncer de pulmão   Quando o fator de crescimento epidérmico (EGF) se liga ao seu receptor mutado EGFR, localizado na membrana celular, ocorre uma série de ativações de outras proteínas intracelulares, responsáveis pela aceleração do crescimento e divisão celular4.O cloridrato de erlotinibe bloqueia a ação desta proteína ligada ao crescimento celular e ao desenvolvimento de metástase.O Inca (Instituto Nacional do Câncer) prevê que, em 2012, o Brasil terá cerca de 17 mil novos casos de câncer de pulmão5.
Por Dikajob O novo anticoagulante vorapaxar (do laboratório norte-americano MSD – conhecido nos EUA como Merck & Co.) reduz em até 20% o risco de ataque cardíaco, cerebral ou de morte em doentes com enfermidades cardiovasculares, mas aumenta o perigo de hemorragias, revela um estudo divulgado este sábado, citado pela AFP.   A investigação confirma que esta molécula experimental utilizada em combinação com outros anticoagulantes permite reduzir o risco de enfermidades cardiovasculares, mas aumenta significativamente o risco de hemorragias internas graves, o que pode dificultar a aprovação da sua comercialização.   O medicamento tem sido apontado como um dos novos milagres da medicina moderna, mas as mais recentes análises têm indicado que ele também possui as suas ressalvas. Os resultados do estudo foram apresentados no primeiro dia da conferência anual do American College of Cardiology, celebrado este fim-de-semana em Chicago (Illinois, norte dos EUA), um dos principais fóruns mundiais de cardiologia.   A investigação mostrou que o vorapaxar diminui em 13% o risco de morte por doenças cardiovasculares, de ataques cardíacos e cerebrais nas pessoas que sofrem de enfermidades cardiovasculares e em 20% naquelas que já sofreram enfartes.   Contudo, os pacientes tratados com esse medicamento durante pelo menos três anos apresentaram duas ou três vezes mais hemorragias graves ou moderadas do que aquelas que não foram e as hemorragias intracranianas foram duas vezes mais frequentes.