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segunda-feira, 17 de agosto de 2009

O uso irracional dos medicamentos

Luis Fernando Correa - CBN

Segundo a Organização Mundial da Saúde, quase a metade dos medicamentos utilizada no mundo, está sendo utilizada de maneira irracional.

Essa é a conclusão a que chegaram os especialistas da OMS após coletarem e analisarem dados sobre a utilização e a disponibilidade dos medicamentos globalmente.

Os exemplos de utilização inadequada são vários, super tratamento de doenças simples, mau uso dos antibióticos, a auto medicação, tratamentos incompletos e o tratamento incorreto de doenças sérias. Importante lembrar que esses fatos ocorrem em todos os países e não só nos menos desenvolvidos.

Atualmente existem mais de 20 mil medicamentos diferentes disponíveis e com apenas 316 a humanidade poderia tratar as doenças mais importantes, inclusive as crônicas.

Os dados são impressionantes:
• Em torno de 50% dos antibióticos utilizados no mundo estão sendo ou sub utilizados ou utilizados sem indicação.
• Nos Estados Unidos os efeitos adversos oriundos do uso inadequado de medicamentos é uma das seis causas mais importantes de morte.

A utilização errada dos antibióticos está levando a criação de bactérias resistentes e já tornou, por exemplo, o protozoário causador da malária resistente a cloroquina (medicamento padrão de tratamento) em 80 países.
A penicilina não é mais capaz de curar a gonorréia em 98% dos casos.

Nos dias de hoje a discussão sobre o surgimento de formas resistentes do vírus Influenza A H1 N1 aponta para o uso irracional do antiretroviral como a causa dos primeiros casos de resistência já identificados.

A tuberculose é oura doença que depois de ressurgir há pouco mais de 2 décadas com a epidemia de HIV/AIDS vem mostrando formas resistentes que desafiam a medicina, frutos da utilização incompleta do tratamento.

O tema por si só é importante, porém quando lembramos que estão em jogo o sofrimento de pessoas e o uso de recursos financeiros que cada vez mais são escassos para a saúde, o uso racional de medicamentos se torna problema de saúde pública e deveria ser amplamente discutido pela sociedade.

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