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quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

TAM e Gol são as últimas em ranking mundial de segurança aérea

Portal EXAME

São Paulo - A TAM e a Gol estão entre as protagonistas de alguns dos acidentes mais graves envolvendo as grandes companhias aéreas dos últimos 30 anos. As duas empresas ocupam, respectivamente, a última e a antepenúltima posição no ranking de 2010 da Jet Airliner Crash Data Evaluation Center (Jacdec), instituição alemã que compila registros de acidentes aéreos envolvendo as 60 maiores companhias do mundo.

O ranking considera acidentes com mortes ou perda total de aeronaves desde 1980. A TAM figura na 60ª posição, a mesma de 2009, com seis acidentes com 336 mortes. Já a Gol subiu uma posição e foi para o 58º lugar. Fundada em 2001, a companhia registrou apenas um acidente grave em sua breve história, o choque de seu Boeing 737 com o jato Legacy, que deixou 154 mortes em 2006. Em nota, a companhia inclusive ressalva que o relatório conclusivo do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes (Cenipa) aponta que a Gol não foi a agente causadora do acidente.

Ter uma má colocação, portanto, não significa que as companhias brasileiras são as que registram mais acidentes ou mais mortes. A elaboração do ranking não considera as motivações dos acidentes, e leva em conta toda uma combinação de fatores, como o número total de acidentes graves nos últimos 30 anos, a data de fundação da companhia (se for uma empresa jovem com muitos acidentes pode ser mau sinal), o número de mortes e o número de anos decorridos desde o acidente mais grave.

A China Airlines, por exemplo, 59ª colocada no ranking, teve nove acidentes com 755 mortes, o maior número de mortes registrado por uma única companhia. No entanto, o acidente mais grave da empresa, que custou a vida de 262 pessoas, é mais antigo que os das brasileiras, datando de 1994.

Outras grandes companhias também apresentaram dados preocupantes, embora estejam em posições mais altas. O maior número de acidentes foi apresentado pela Russian Airlines, dona da 35ª posição. Foram 11 ocorrências e 182 mortes. A American Airlines, na 40ª posição, também apresentou uma quantidade alta de acidentes e mortes, apesar da colocação. Suas 10 ocorrências custaram a vida de nada menos que 587 pessoas, a quarta maior cifra do ranking.

Outro lado

Já as 19 primeiras colocadas do ranking não registraram um acidente grave sequer desde 1980 ou desde sua fundação, se a companhia for mais jovem. É o caso da Qantas, da Finnair, da Air New Zealand, da TAP Portugal e da Cathay Pacific Airways, as cinco primeiras colocadas. Outra boa notícia é que de todos os acidentes com mortes no ano passado, nenhum deles envolveu uma das 60 maiores companhias do mundo.

Apesar dessas cifras, o estudo do Jacdec não pode ser considerado um ranking das companhias aéreas mais seguras ou inseguras do mundo, uma vez que não existe nenhum estudo preciso nesse sentido no mundo. A ausência de padronização para os dados e a raridade de acidentes graves em relação ao número de companhias e de voos impedem a formação de um banco de dados confiável para determinar, estatisticamente, quais as companhias mais perigosas ou seguras.

Além disso, as 60 companhias aéreas que aparecem no ranking seguem os padrões internacionais de segurança. Em nota à imprensa, tanto a Gol quanto a TAM destacam que seguem os padrões de segurança estabelecido por autoridades internacionais, sendo certificadas pela IATA (Associação Internacional do Transporte Aéreo) com o IOSA (IATA Operational Safety Audit), reconhecido como padrão mundial para avaliação e gerenciamento da segurança operacional e de controle das empresas aéreas.

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